quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Tropa de Elite no Pânico na TV



Mais um vídeo montado com base no filme...

Agora, quando se trata de comédias toscas, o Pânico na TV arrebenta...

"Pede pra sair! Pede pra sair soldado! Pede pra sair do orkut, soldado!"






Fonte: Procurando Vagas

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Por que é importante a Defensoria Pública no Brasil? - Parte 5





Deputado Flávio Dino cobra a parlamentares reflexão sobre PEC da Defensoria

A discussão sobre a autonomia da Defensoria Pública prossegue. Desta vez, colaciono o discurso do Dep. Flávio Dino (PCdoB/MA), realizado em plenário um dia após o discurso do Dep. Aleluia (veja aqui), sobre a necessidade de autonomia e estruturação da Instituição.

Essa é a íntegra do discurso:

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ontem à noite, assistimos ao debate sobre Defensoria Pública. Quero hoje retomar essa discussão a partir das ricas reflexões do Deputado José Carlos Aleluia, um dos mais qualificados Parlamentares da base oposicionista desta Casa.

S.Exa. partiu de uma premissa que eu gostaria de debater baseado em casos concretos. O povo brasileiro conhece muito bem alguns cidadãos de classe média que cometem crimes hediondos no trânsito ou fora dele e, às vezes, matam pessoas. Grandes sonegadores e fraudadores do Erário são soltos uma semana depois, porque dispõem de meios materiais para contratar bons advogados.

Há aqueles outros casos, que todos conhecemos, de homens e mulheres com menor poder aquisitivo que roubam alguma coisa — é crime e deve ser condenado — e passam até 6 anos na cadeia, porque a desigualdade perversa entre ricos e pobres em nosso País se prorroga e ecoa no acesso aos meios de defesa técnica, uns com melhores advogados, outros sem condições de contratar um bom advogado. Esse é o debate central que deveria e deve ser feito quando discutimos a autonomia e as condições estruturais e institucionais de desenvolvimento da Defensoria Pública no País.

É verdade que outras instituições do mundo jurídico já dispõem de autonomia. E acredito que é válido o esforço reflexivo e crítico acerca do eventual mau uso das autonomias garantidas na Constituição e nas demais leis. Mas é perverso, injusto e incorreto que esta Casa negue exatamente à instituição que tem a missão inafastável, insubstituível, de garantir igualdade perante a lei, de garantir que os direitos de uns e de outros sejam adequadamente defendidos, a aprovação da PEC da Defensoria Pública.

Temos 15 mil juízes no Brasil e, na esfera federal, 212 defensores públicos em atuação no País. O orçamento da Defensoria Pública do Estado do Maranhão, com pouco mais de 30 defensores públicos, não chega à casa de 15 milhões por ano, cifra insuficiente para manter o atendimento mínimo das bases eleitorais de todos os Deputados que aqui estão.

Ouvi o Deputado José Carlos Aleluia dizer que é um excesso expandir a Defensoria Pública a todos os municípios. Seria um excesso se não houvesse necessidade. A necessidade material existe e precisamos recompor o equilíbrio no acesso à defesa técnica. Por isso, peço aos nobres pares que reflitam sobre a centralidade da Defensoria Pública para as instituições jurídicas funcionarem de fato, de modo generoso, amplo, democrático e acessível a todos os brasileiros, independentemente de suas condições materiais.

Não podemos dar aos pobres apenas o discurso retórico de acesso aos direitos, se não houver a garantia dos instrumentos institucionais para tanto. É isso que está em jogo com a PEC da Defensoria. Temos convicção de que encontraremos nesta Casa, inclusive nos companheiros da oposição, amplo apoio”.

Fonte: Anadep

domingo, 28 de outubro de 2007

Espelho invisivel

E se vc não fosse visível? tipo um vampiro, que não tem sua imagem refletida...

Sensacional essa pegadinha estrangeira!
Que falta faz o quadro das Pegadinhas do Silvio Santos, hein?, hein?!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Melhores do Mundo e o jovem Joseph Climber

Simplesmente demais.
Quem nunca riu de Joseph CLimber, que jogue a primeira pedra...








Quem ainda nao viu, vale a pena conferir os Melhores do Mundo no teatro!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Se processar Deus, a quem recorrer?


Um senador americano, que, como os nossos daqui, devia estar cheio de coisas pra fazer, resolveu processar Deus. Sim, Deus.

Segundo o senador, de Nebraska, Deus gerou inundações, tsunamis, furacões, tornados, pagodistas e todas as espécies mais terríveis de catástrofes, pelo que não poderia passar imune.
Segundo o senador, como deus é onipresente e ubíquo (está em todos os lugares), ele ajuizou a ação em sua cidade mesmo, pelo fato de Deus residir em todos os lugares.
Bom, se o jargão jurídico é dizer que "Acima do Supremo, apenas recurso a Deus", qual vai ser o Tribunal competente pra avaliar o próprio Deus? Rapaz, se a moda pegar, já era o Judiciário no Brasil... do jeito que tem pessoas aqui que não vêem suas promessas, políticas ou religiosas, sendo cumpridas....
Acho, sim, que está havendo uma terrível falta de acesso à Justiça, pois o Diabo já conseguiu o seu advogado... e, conforme noticiam, dificilmente Deus achará um bom advogado no céu...
Fonte: G1

Só pensa em besteira...

Nem sempre aquilo que vemos é, realmente, a verdadeira essência das coisas...


Fonte: Charges

Por que é importante a Defensoria Pública no Brasil - Parte 4




Carta Aberta ao Deputado Aleluia

Sr. Carlos José Aleluia.

Ao tomar conhecimento do teor de seu discurso, proferido em 17/10/2007, referente aos Defensores Públicos do Brasil, não posso deixar de fazer uma pequenina observação a respeito.

Segundo o que o sr. diz existem muitos outros direitos básicos a serem assegurados aos brasileiros, mais importantes do que o direito ao Defensor Público. O sr. cita especialmente o direito a saúde. E menciona que a autonomia garantida ao poder judiciário e ao ministério público não pode ser estendida indiscriminadamente.

Infelizmente, no nosso engatinhante Estado Democrático de Direito o maior violador dos direitos do cidadão é o próprio Estado. Na maioria das vezes, por omissão. Saiba o Sr. que o direito à saúde é garantido, muitas e muitas vezes, por meio da intervenção de um Defensor Público.

Só esta semana, na pequena comarca de Várzea Grande/MT, entramos com quatro ações visando garantir medicamentos, cirurgias, vagas em UTI, que haviam sido negados pelo próprio SUS. Apenas depois de uma ordem judicial, esses medicamentos foram garantidos e essas vidas foram salvas.

Porque essa ação contra o Estado é possível? Porque existe independência de atuação. Acionamos o Estado e também as prefeituras. Ano passado, tivemos uma ação contra a prefeitura do local para garantir abastecimento de água a um bairro inteiro, que penava sem nada receber, apesar de pagar corretamente suas contas mensais!

Sabemos que o Ministério Público age em muitos casos semelhantes, quando existe um interesse coletivo indiscriminado sendo vilipendiado. Mas nos casos individuais, é a Defensoria Pública que age.

O MP tem autonomia, o Judiciário tem autonomia porque essa autonomia é necessária para uma atuação limpa e transparente. Como atuaria o Legislativo se não tivesse autonomia em relação ao Judiciário? O Estado Democrático apenas é democrático porque existe independência e não subserviência.

Quero crer que as suas palavras foram fruto de falta de informação a respeito da atuação dos Defensores Públicos de todo o Brasil, dos quais sou apenas um pequenino exemplo. E se não foram, pelo menos tenha a humildade de encontrar argumentos mais verdadeiros para atuar contra a Defensoria, que não seja defender os interesses do povo.

Ninguém mais do que nós defende o interesse do povo. Porque não atendemos ao "povo" dos discursos políticos, como um objeto indeterminado.

Mas atendemos aos Pedros, Antônios, Marias, Anas.... individualmente. Um por um. Dia após dia. Nosso trabalho é infinito. Graças a Deus.

Teremos utilidade por toda a nossa vida. Obrigada.

E meus sentimentos pelo passamento de sua genitora.

Juliana de Lucca Crudo Philippi

*Defensora Pública na Comarca de Várzea Grande/MT *Atua atualmente na 3ª Vara de Família e Sucessões. No atendimento inicial. No núcleo de Mediação de Várzea Grande. Na 1ª, 2ª Vara da Fazenda Pública. Na 1ª, 2ª e 3ª Varas de Feitos Gerais. Está implantando o núcleo de mediação na comarca de Cuiabá/MT. Nas horas vagas participa de mutirões de atendimento nos bairros.

Veículo: ANADEP
Estado: DF

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

BOPE argentino



Em épocas de Tropa de Elite brasileira, com direito a nosso Jack Bauer canarinho, o DD. Capitão Nascimento, a Argentina também quis imitar...

E foi isso o que deu (literalmente):





Fazer o que, né amigão? Pela polícia se vê a população...

Sérgio Cabral e a criminalidade




O atual prefeito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi entrevistado pelo site G1 e deu "ótimas" opiniões sobre políticas públicas e criminalidades, todas muito bem embasadas (clique aqui para ler a notícia completa) .

Analisaremos alguns pontos interessantes:

Sérgio Cabral - Eu gostaria de separar primeiro o que é o numero de homicídios numa política de confronto. Uma coisa é o homicídio do cidadão que tem sua casa assaltada e em seguida é assassinado. Roubo seguido de homicídio, latrocínio, isso é um tipo de crime. Outra coisa e entrar na favela da Coréia recebido a tiros. E, na troca de tiros, ter 12 mortos. Isso é uma outra natureza de homicídio. Quando vai acabar a política de confronto? Vai acabar quando a ordem pública puder chegar através de várias maneiras, dentre elas com o policial podendo andar fardado em qualquer lugar. Não é o que acontece hoje. Enquanto isso não for realidade, continuará havendo confronto. Isso gera morte. No momento que você tem marginalidade altamente armada com fuzis, metralhadoras, granadas, você tem um confronto. Metas são metas para alcançarmos.

Esse ponto tratado pelo governador é interessante. Ele expõe sua opinião que, na realidade, há dois tratamentos. Um para o "bandido". Outro para o "cidadão". E que os conflitos no Rio vão acabar quando a "ordem pública puder chegar", nitidamente com a entrada do policial nas favelas.

Ora, essa tese de diferenciar bandido e cidadão ganha repercussões internacionais atualmente, principalmente pela obra de um doutrinador criminalista alemão, Günther Jakobs, que defende que há dois tratamentos penais possíveis, um para o cidadão, outro para o inimigo.

Chama de inimigo aqueles que não se submetem ao poder do Estado e, por isso, não podem gozar das garantias que o Estado assegura aos cidadãos. E lista uma séria de crimes praticados por inimigos, desde terrorismo até crimes sexuais e outros graves.

Não podemos afirmar, simplesmente, que o governador não está bem apoiado doutrinariamente, pois ele até possui um suporte respeitável. Contudo, isso não é o que se espera de um governante. Nem se pode utilizar, em um país que se diz democrático, como o Brasil, argumentos de "exclusão de direitos" porque alguém vai contra as normas estipuladas.

Explico o que digo. A Constituição da República foi idealizada para todos. Todos temos direito a suas garantias, bem como podemos exigir do Poder Público que respeite nossos direitos. Da mesma forma, todos temos liberdades asseguradas, como de pensamento, de ação. Se pensarmos bem, qualquer pessoa é livre pra cometer crimes, quantos desejar. O sistema não proibe que alguém pratique crimes. O que o sistema faz, e de modo bastante incisivo, é aplicar uma sanção àquele que não se adeqüe, ou seja, a tão famosa prisão.

Quando o Governador diz que o homicídio de um cidadão é uma coisa e o homicídio de um morador da favela é outra coisa, além de ele estar novamente discriminando o morador da favela (o simples fato de ser "favelado" não revela que ninguém é criminoso), ele está criando um direito penal "da elite" e um direito penal "do pobre", um processo penal para os que "merecem" e outro para os que "não merecem". Em síntese, ele está novamente mostrando que o sistema só protege aquele que possui condições de ser protegido, aquele que pode sofrer crimes patrimoniais. Ora, quando um pobre, sem nenhuma posse, irá sofrer algum furto ou roubo? Ou, ainda, o latrocínio, que é o roubo com resultado morte?

Ele, igual Jakobs, diz que o "criminoso favelado" é um inimigo do Estado e, como tal, deve ser banido, ou seja, ser considerado um ban(d)ido, ter penas graves, não ser considerado pessoa. E, para alguém que não é pessoa, não importa um processo penal, bastanto que milicianos atirem do alto de um helicóptero a esmo (ainda que acertem uma criança...).

Essa construção pode parecer tentadora, afinal, todos somos da classe média, todos temos nossas posses e todos ficamos nervosos ou rancorosos quando sofremos crimes. Mas matar alguém por traficar, por roubar, é a melhor saída? Ainda quando se trate de um homicida, a morte é a melhor escolha? O Estado pode ser tão (ou mais) cruel que a pessoa que ele pune? O Estado pode ser vingativo?

Outro problema, e esse eu ainda não consegui descobrir uma resposta coerente, é o relacionado à definição do "inimigo", ou seja, quem é o inimigo? Quem diz o que ele é e o que ele deve sofrer? O Estado do Rio de Janeiro, durante muitos anos, somente entrou na favela pela polícia. Nenhuma política pública foi até lá. Os próprios moradores tiveram que se desenrolar, se virar, para conseguir saneamento básico, habitações mais dignas e todos os aparatos que um Estado deveria proporcionar. E, agora que todos os habitantes estão descrentes dos governantes, o que o Estado faz? Mata vários inocentes, alcunhados de "traficantes", "favelados criminosos". Pra mim, fica claro o círculo vicioso criado.

A polícia nunca conseguirá acabar com a criminalidade. Ela não foi feita pra isso. A polícia é arma de contenção, é o último recurso. Enquanto ela existe, nós sabemos que o acordo entre os viventes não está bem definido, pois precisamos de um aparato armado para dizer quem é o certo e quem é o errado. Achar, como o nobre governador, que no dia que a polícia tiver livre trânsito vai ser o fim dessa "guerra", é um erro simplista. Nas ditaduras, a polícia possui livre trânsito e, nem por isso, falamos em um Estado ideal para se viver.

Cabral - O Brasil não dá conta do câncer. Não dá conta dos que necessitam de CTIs. Não dá conta de um monte de coisas. Se for partir para isso... São duas questões que têm a ver com violência: uma é a questão das drogas que é mais internacional. O Brasil deve contribuir. A outra, é um tema que, infelizmente, não se tem coragem de discutir. É o aborto. A questão da interrupção da gravidez tem tudo a ver com a violência pública. Quem diz isso não sou eu, são os autores do livro "Freaknomics" (Steven Levitt e Stephen J. Dubner). Eles mostram que a redução da violência nos EUA na década de 90 está intrinsecamente ligada à legalização do aborto em 1975 pela suprema corte americana. Porque uma filha da classe média se quiser interromper a gravidez tem dinheiro e estrutura familiar, todo mundo sabe onde fica. Não sei por que não é fechado. Leva na Barra da Tijuca, não sei onde. Agora, a filha do favelado vai levar para onde, se o Miguel Couto não atende? Se o Rocha Faria não atende? Aí, tenta desesperadamente uma interrupção, o que provoca situação gravíssima. Sou favorável ao direito da mulher de interromper uma gravidez indesejada. Sou cristão, católico, mas que visão é essa? Esses atrasos são muito graves. Não vejo a classe política discutir isso. Fico muito aflito. Tem tudo a ver com violência. Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa Rodrigo de Freitas, Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal. Estado não dá conta. Não tem oferta da rede pública para que essas meninas possam interromper a gravidez. Isso é uma maluquice só.

Esse ponto levantado é interessantíssimo. E, como diz com acerto o governador, deve ser um tema a ser discutido no Brasil. Não apenas com convicções religiosas, mas, principalmente, com questões científicas envolvidas.

Segundo dados da Benfam, de 1998 (ou seja, há quase dez anos), a mortalidade oficial é de que uma mulher morre a cada 3 dias, vítima de um aborto mal sucedido. (veja-se que há um índice muito grande que fica oculto, de meninas que se voltam para o aborto de modo oficioso, em clínicas clandestinas ou em grandes clínicas, com altos pagamentos. Nesse ano, 1998, foram 3,58 mortes para cada 100.000 nascimentos vivos, ou, ainda, para cada 25.000 crianças nascidas vivas. Das 119 mulheres que tiveram o aborto declarado como causa de suas mortes, apenas 70% delas receberam tratamento médico. (Fonte: Sua pesquisa).

Atualmente, há hipóteses previstas no Código Penal que autorizam o aborto, quais sejam, (a) quando a concepção da criança foi fruto de alguma violência; (b) haja perigo de morte para a mãe. Nestes casos, o Juiz autoriza o aborto, inexistindo qualquer crime. Quanto às demais hipóteses, a realização de aborto caracterizaria o crime previsto nos artigos 124 e seguintes do Código Penal.

Contudo, há outras hipóteses que são altamente discutidas, como o presente embate, ainda em discussão no Supremo Tribunal Federal, sobre o abordo dos anencefalos, ou seja, de fetos que não possuem cérebro ou, ainda, que o possuem, mas de forma tão defeituosa, que não seriam capazes de viver por si só, sem auxílio de máquinas. Várias pessoas já se manifestaram, algumas com argumentos científicos, outras com jurídicos e religiosos, e ainda muito irá ser discutido sobre o fato do aborto, quando o feto não possui qualquer viabilidade de vida, ser crime. É razoável exigir que a mãe passe por todo esse sofrimento, durante pelo menos 9 meses, quando é assegurada a morte da criança? Quais resquícios psicológicos uma mãe ficaria após essa situação desesperadora? Essa é, portanto, uma das discussões postas.

A discussão americana, citada pelo governador, deu-se em razão de o porquê do aborto ser crime, já que, de um lado, várias mães diziam que, enquanto estavam na barriga, em gestação, aquilo não era uma vida autônoma, mas, sim, parte sua, e, portanto, ela poderia autolesionar-se para evitar a gravidez. De outro lado, as discussões acerca da identidade do feto como ser com vida independente da mãe, que merece ser resguardado jurídicamente.

A discussão lá é bem diferente da nossa, já que cada Estado disciplina seu próprio direito penal. Entao, entre 1967 e 1970, metade dos estados legalizaram o aborto, limitando a sua prática até o primeiro trimestre de gravidez (em regra), em caso de pedido, e a qualquer tempo, em caso de risco de morte para mãe.

Posteriormente, uma jovem texana levou a questão para a Suprema Corte americana, dizendo que o prazo fixado na lei (até o primeiro trimestre) seria inconstitucional, pois não deveria existir prazo qualquer. Este foi o caso Roe versus Wade, que, em 23.01.1973, teve por desfecho a consideração de que, com fundamento na 14ª Emenda, "a personalidade legal não existe nos Estados Unidos antes do nascimento". Ou seja, se não há personalidade legal do feto, não existiram direitos a serem protegidos. Assim, a Suprema Corte americana entendeu que o aborto, desde que autorizado por um médico, poderia ser realizado até antes do momento do nascimento.

Como devem ter percebido, a Suprema Corte dos EUA cometeu um erro primário na construção jurídica do pensamento. Considerou que o aborto protege apenas o indivíduo, aquele com personalidade legal. No Brasil, esse argumento é muito insuficiente, até porque protegemos, em nosso Código Civil, o direito dos nascituros, da mesma forma que uma pessoa, ainda não concebida, pode ser destinatária de um testamento...

Ora, a questão mais pujante, e a que rende mais discussões, não foi discutida pela Suprema Corte, se o feto possui ou não vida. Se o que o feto tem pode ser considerada vida, para fins de proteção jurídica. Pois, se ele possui vida, a morte dele é um crime contra a vida, o denominado aborto. Se não possui, não há qualquer delito (ao menos em tese), pois seria uma lesão consentida pela mãe, em um órgão que lhe pertence.

A discussão ainda renderá bastantes frutos, mas é bom que um governante tenha uma opinião aberta, não envolvida em argumentos religiosos (apenas). E, como já visto em nossos breves dados desatualizados, é um grave problema público, que onera os nossos cofres e, além disso, eventualmente fere direitos subjetivos de muitas mães.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Matrix - Tradução dos ditos do Arquiteto

Apesar do filme já ter saído muito tempo, creio que até hoje algumas pessoas tenham dúvidas nas falas do Arquiteto da Matrix.
E, rolando por aí, verifiquei que há belas traduções pela net... confira a seguinte:
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Neo: Quem é você?
Tradução: Quem é você?
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Arquiteto: Eu sou o arquiteto. Eu criei oMatrix. Venho lhe esperado. Você tem muitas perguntas, e embora o processo tenha alterado seu consenso, você permanece revogavelmente humano. Assim sendo, algumas de minhas respostas você compreenderá, e algumas delas não.Concordantemente, enquanto sua primeira pergunta pode ser a mais pertinente, você pode ou não compreender que é também a mais irrelevante.
Tradução: Sou o criador do Matrix. Vc tem muitas perguntas, mas como vc é humano, não irá entender todas as minhas respostas. Vc acha que sua 1a pergunta é a mais importante, mas na verdade é a mais idiota.
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Neo: Por que estou aqui?
Tradução: Por que estou aqui?
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Arquiteto: Sua vida é a soma do restante de uma equação desequilibrada inerente à programação do Matrix. Você é a eventualidade de uma anomalia, que, apesar de meus esforços mais sinceros, sou incapaz de eliminar do que é de outra maneira uma harmonia da precisão matemática.Enquanto isso remanesce um fardo assiduamente evitado, não é inesperado, e assim não é nada mais que uma medida do controle. A qual lhe conduziu,inexoravelmente... aqui.
Tradução: Vc não passa de um PAU já previsto no projeto do MATRIX. Um BUG que não consigo matar, e que volta e meia aparece para me encher o saco e quebrar a perfeição do MATRIX. Enquanto não acho a solução definitiva para esse PAU uso um Ctrl+Alt+DEL bala que corrige a base de tempos em tempos. Por isso vc está aqui.
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Neo: Você não respondeu minha pergunta.
Tradução: Não entendi nada.
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Arquiteto: Completamente correto. Interessante. Isso foi mais rápido que os outros.
Tradução: Legal. De todos vc foi o que reconheceu sua burrice mais rápido.
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TVs Neos: Outros? Quantos outros? Que outros? Responda minha pergunta!
Tradução: Que outros???
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Arquiteto: O Matrix é mais velho do que você sabe. Eu prefiro contar do nascimento de uma anomalia integral ao nascimento da anomalia seguinte, que no caso desta é a 6a versão.
Tradução: Com vc, 6
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TVs Neos: 5 antes de mim?
TVs Neos: 4?!?
TVs Neos: 3?!?
TVs Neos: Do que você está falando?
Tradução: Quê???
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Neo: Há somente duas explicações possíveis: ou ninguém me disse ou ninguém sabe.
Tradução: Sou sempre o último a saber...
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Arquiteto: Precisamente. Como você está indubitavelmente compreendendo, a anomalia é sistêmica - criando flutuações uniformes até mesmo nas mais simples equações.
Tradução: É isso ai. Como vc está captando, vc é um PAU, e não podemos prever os estragos que irá causar...
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TVs Neos: Você não pode controlar-me!
TVs Neos: Eu vou reduzi-lo em pedaços!
TVs Neos: Vou te matar!
Tradução: Foda-se! PAU é a PQP!
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Neo: Escolha. O problema é escolha.
Tradução: Tudo não passa se um "IF" errado...
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Arquiteto: O primeiro Matrix que projetei era completa e naturalmente perfeito, ele era uma obra de arte - idílico, sublime. Um triunfo igualado somente por sua falha monumental. A inevitabilidade de sua ruína é agora para mim claramente a conseqüência da imperfeição inerente a cada ser humano. Assim sendo, eu o redesenhei (n.t.: o Matrix) baseado em sua historia (n.t.: dos Humanos) para refletir mais exatamente as grotescas variações de sua natureza. Entretanto, fui novamente frustrado pela falha. Desde então tenho vindo a compreender que a resposta me iludiu porque requeria menos inteligência, ou talvez uma mente menos limitada pelos parâmetros da perfeição. Então a resposta foi descoberta por outro - um programa intuitivo, criado inicialmente para investigar determinados aspectos da psique humana. Se eu sou o pai do Matrix, ela seria indubitavelmente sua mãe.
Tradução: A 1a versão do MATRIX era perfeita demais, não "colou" nada porque humano é burro e gosta mesmo é de sofrer. Então fiz uma versão meia-boca total. Mas ainda era boa demais p/vcs. Depois vi que eu é que tenho padrões muito altos, sou "foda prá mais de metro", então passei a bola para uma subordinada - sabonetei todo o trabalho duro...
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Neo: O Oráculo.
Tradução: Ah... aquela gordinha que aparece no banco da praça...
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Arquiteto: Por favor. Como eu estava dizendo, ela descobriu uma solução em que aproximadamente 99% de todos submetidos aos testes aceitavam o programa, desde que lhes fossem dadas opções de escolha, mesmo que subconscientemente já estivessem cientes de quais escolhas fariam. Se por um lado esta resposta funcionou, era obviamente e fundamentalmente falha, criando assim a contraditória anomalia sistêmica, que se ignorada poderia tornar-se uma ameaça ao próprio sistema. Desse modo, aqueles que recusassem o programa, enquanto minoria, se ignorada, constituiriam em uma probabilidade escalar para o desastre.
Tradução: Cala a boca seu burro! deixa eu continuar: ela elaborou um anteprojeto onde até 99% dos humanos gostavam do MATRIX, mas só quando tinham opções de escolha - mesmo que no fundo já soubessem o que iam escolher. Como estávamos estourados, "mandamos ver" nesse anteprojeto mesmo. O único problema é ele tb prevíamos que 1% estaria sempre assombrando a consistência do programa, e se fosse ignorado iria ferrando a base aos poucos, podendo causar um ERROR.LOG que abortasse o programa.
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Neo: Isto é sobre Zion.
Tradução: Esse 1% está em Zion né ?!?
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Arquiteto: Você está aqui porque Zion está a ponto de ser destruído - cada habitante vivo seu exterminado, sua existência inteira irradicada.
Tradução: É isso ai - vamos detonar com Zion!!!
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Neo: Besteira!
Tradução: Besteira!
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TVs Neos: Besteira!
Tradução: Besteira!
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Arquiteto: A negação é a mais predicativa de todas as respostas humanas, mas fique tranqüilo, esta será a sexta vez que nós a destruímos, e nos tornamos altamente eficientes nisso.
Tradução: Já tô de saco cheio de ouvir isso, mas fica a pampa e relaxa, é a 6a vez que acabamos com Zion...
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Arquiteto: A função do Escolhido é agora retornar à fonte, permitindo uma disseminação temporária do código que você carrega, re-inserindo o programa original. Depois disso, você será convocado a selecionar 23 indivíduos de Matrix - 16 fêmeas, 7 machos - para reconstruir Zion. Falhar em cumprir com este processo resultará em uma cataclísmica quebra do sistema, matando todos conectados ao Matrix, que, combinada com a exterminação de Zion, resultará finalmente na extinção de toda a raça humana.
Tradução: Resumindo, o negócio é o seguinte: Volte a Zion e selecione 16 minas e 7 manos para repovoar (uia!) Zion depois da treta. Se vc não fizer isso não vai sobrar 1 humano pra contar a história.
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Neo: Você não deixará isso acontecer. Você não pode. Você necessita de seres humanos para sobreviver.
Tradução: Mas vc não vai deixar todo mundo morrer - ai quem vai fazer o papel de "duracell" p/ vcs?
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Arquiteto: Há níveis de sobrevivência que estamos preparados para aceitar. Entretanto, o assunto relevante é se você está ou não pronto para aceitar a responsabilidade da morte de cada ser humano neste planeta. É interessante, lendo suas reações. Seus 5 predecessores eram, pelo projeto, baseados em uma pré-concepção similar - uma afirmação contingente que deveria criar uma forte ligação com os demais de sua espécie, facilitando a função do Escolhido. Quando o outros experimentaram isto de uma maneira muito genérica, sua experiência é muito mais específica - um amor.
Tradução: Nós podemos funcionar em modo "stand-by", mas vc vai dormir com um fardo desses? Mas já me liguei que vc não está nem ai p/ a humanidade - vc quer saber é de agasalhar o croquete...
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Neo: Trinity.
Tradução: Trinity.
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Arquiteto: Que, a propósito, entrou em Matrix para salvar sua vida, ao custo do sua própria.
Tradução: Ela mesmo. só p/ vc saber: ela entrou no MATRIX e vai morrer por sua causa.
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Neo: Não.
Tradução: Sério?!?
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Arquiteto: A qual nos traz ao último momento da verdade, onde a falha fundamental é finalmente expressada, e a anomalia é revelada como inicio e fim. Há duas portas. A porta a sua direita conduz à fonte, e a salvação de Zion. A porta a sua esquerda conduz para Matrix, a ela (n.t.: a Trinity) e ao fim de sua espécie. Como você adequadamente expôs, o problema é escolha. Mas nós já sabemos o que você vai fazer, não? Já posso ver a reação em cadeia - os precursores químicos que sinalizam o início de uma emoção, projetados especificamente para oprimir a lógica e a razão - uma emoção que já o está cegando da verdade simples e óbvia. Ela vai morrer, e não há nada que você possa fazer para impedir.
Tradução: Agora é com vc: Ou salva a humanidade ou Salva Trinity. Como vc está pensando com a cabeça de baixo - por que provavelmente ela dá uma pimbada nervosa, até já se i o que vc vai fazer: que se foda a humanidade, né? Mas pensa bem: a Trinity já era - e ainda por cima vc pode escolher a dedo as outras 16...
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Arquiteto: Esperança. É a quintessência da ilusão humana, simultaneamente a fonte de sua força maior e sua maior fraqueza.
Tradução: É... vai fazer merda...
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Neo: Se eu fosse você, torceria para que não nos encontrássemos outra vez.
Tradução: Se te ver denovo vou te sapecar inteiro!
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Arquiteto: Nós não vamos.
Tradução: Falou fio, vai sonhando...


Aí embaixo, o vídeo!





Fonte: Wtenshin

domingo, 21 de outubro de 2007

Por que é importante a Defensoria Pública no Brasil? - Parte 3




Enfim, este é o terceiro e último post introdutório sobre a Defensoria Pública no Brasil. A idéia, desde o início, foi dar uma visão ampla sobre essa instituição, que ganha grandes projeções no nosso país e, como reafirmado por várias vezes, tem importância singular na concretização de vários princípios insertos na nossa Constituição.


Como visto, a Defensoria Pública assegura que todos, ainda que não possuam recursos financeiros, podem acessar o Judiciário, defendendo seus direitos em face de outras pessoas. Essa seria, inclusive, uma das faces dos movimentos de acesso ao Judiciário nos países ocidentais, afirmado pelo doutrinador italiano Mauro Cappelletti. Segundo ele, seriam três ondas renovatórias, a primeira assegurando a assistência judiciária gratuíta, a segunda voltada para assegurar a defesa dos interesses coletivos e difusos (direitos dos consumidores e ambientais, por exemplo) e, por fim, a terceira se volta para a reforma da Justiça, garantindo a efetividade de suas decisões, a razoabilidade na duração dos processos etc...


Essas tendências aparecem a partir da década de 70, e nosso país as acompanhou. Com a Emenda Constitucional n.º 45, ficou claro a intenção do constituinte em concretizar essas ondas renovatórias. Havia em seu texto original, inclusive, a independência financeira e econômica da Defensoria Pública, o que, contudo, não constou do texto aprovado.


Mas porque é importante a autonomia, já que a Defensoria Pública possui essa importância singular?


Todas as instituições que possuem autonomia, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas, volta e meia voltam-se contra interesses governamentais. Assim, caso não tivessem tal desvinculação dos entes governamentais, dificilmente o seu trabalho seria idôneo, pois as possíveis ingerências políticas atrapalhariam a regular verificação de contas ou, ainda, a apuração de algum delito ou ato de improbidade administrativa.


Contudo, ao contrário do assentado por vários jornais, a Defensoria não poderia, nunca, ser um espelho do Ministério Público. E a razão para isso é bem simples. A Defensoria possui outros interesses a defender. Vamos aos dados.


Uma das funções do Ministério Público, ao lado de vários deveres constitucionais, é a defesa dos interesses individuais homogêneos, de caráter social. A Defensoria, ao contrário, apenas defenderá pobres. Sempre.


Talvez, por isso, o medo de algumas alas políticas sobre a autonomia da Defensoria. Dar autonomia pro órgão defensor dos hipossuficientes é, em síntese, garantir mais ações contra o governo. É dar voz aos que são excluídos. É ir contra o interesse dos grandes mandantes da nação, que pouco se importam com os pobres e marginalizados. É dar importância a quem nunca teve.


De acordo com dados fornecidos pela Associação Nacional dos Defensores Públicos (clique aqui), cerca de 60% dos municípios não possuem defensores públicos - em regra, são os municípios mais pobres, e os que mais possuem necessidade desse serviço. Ora, deveria ser o contrário, pois se presume que, nos municípios mais ricos, haja um número maior de advogados e universidades de Direito, tenham outros meios de assistência jurídica gratuíta.


Agora, dos mais de 180 milhões de brasileiros, estima-se que R$ 85,50 são gastos, por cada habitante, para o sistema judicial brasileiro. Desse montante, 71% são utilizados pelo Judiciário, 25% com o Ministério Público e apenas 3% são investidos na Defensoria Pública. Dados alarmantes, não é?


Mostra-se muito dificil estruturar a Defensoria Pública em nosso país, ainda mais quando se verifica sua total subordinação ao Executivo, em todas as questões. Como, então, dar voz aos marginalizados?


Há um projeto de Emenda à Constituição, de número 487/05 tramitando na Câmara dos Deputados. Mas há diversas ações, por parte de representantes de uma elite minorizada, que tentam obstaculizar sua votação. Será que a população conhece essa repulsa, por nossos congressistas, na votação e aprovação de algo importantíssimo para os carentes?


Veja a que ponto chegou a discussão, no seguinte relato do Dep. José Carlos Aleluia (DEM/BA), congressita acima de qualquer supeita, no plenário da Câmara:



"O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, temos nos reunido para onerar a sociedade, para aumentar custos. V.Exa. era Líder do Governo e eu, da Oposição.


V.Exa. se lembra de como este projeto chegou aqui? Qual era a idéia original?


O que se pretendia, Deputadas e Deputados, era criar um poder novo, independente, que usurpava o poder do Legislativo, que tinha poder de iniciativa legislativa; o que se pretendia era aprovar uma PEC que obrigava os Estados e a União a abrir um escritório da Defensoria Pública onde houvesse uma comarca.


Temos deveres com a sociedade. A saúde está aos pedaços, e estamos aqui, a cada dia, a cada hora, aumentando o custo para a sociedade e não lhe dando nada em troca. O que temos votado? Só votamos contra o povo, para os que estão na galeria. Está na hora de olharmos para quem vota na gente e não votar em quem olha a gente. Há ali um grupo de pessoas respeitáveis, não sei se chega a 15. Eles estão defendendo os seus interesses. As carreiras jurídicas estão tomando conta do Brasil.


V.Exa. é médico. Um médico na Paraíba ganha 900 reais. Se deixarmos o texto original, se permitirmos que tenha iniciativa legislativa, esta carreira em breve estará equiparada ao Ministério Público, ao Poder Judiciário e teremos as vocações dos brasileiros desviadas. Hoje, no Brasil, o jovem não quer ser engenheiro, porque o engenheiro ganha 2, 3 mil reais. O jovem não quer ser médico, porque médico ganha mil reais. Todos os jovens querem ser advogados para encontrarem um caminho nas carreiras jurídicas do Governo. Em que pese a posição de V.Exa. e a minha, que em muitos momentos impediu que fosse aprovado o texto original, hoje vai aprovar um texto amenizado. O Relator Flávio Dino melhorou o texto, tenho de reconhecer.


Tirou a iniciativa legislativa, que era um absurdo. A iniciativa legislativa tinha de ser privativa do Congresso Nacional, como é na democracia presidencialista, referência do mundo, a democracia americana. Abrimos mão, primeiro, para o Executivo, depois para o Judiciário, depois para o Ministério Público, e agora, se não fosse alguém que tivesse gritado contra isso, novamente teríamos aberto mão, porque o Governo não tinha percebido o erro que estava cometendo.


Parabenizo a Liderança do Governo por ter aberto o olho em hora certa e retirado a iniciativa legislativa, a autonomia financeira. Suponho — ainda não vi o texto final do Relator, S.Exa. poderia esclarecer — ter retirado a obrigatoriedade de abrir um escritório da Defensoria Pública em cada comarca do Brasil. Ora, Sr. Presidente, no interior da Bahia não há dinheiro para pagar um salário digno a um delegado. Em algumas comarcas não há delegado de carreira. É importante, sim, haver o Defensor Público, mas existem muitas coisas mais importantes a serem feitas. É importante um professor bem remunerado. Estamos atendendo aos lobbies. Ontem aprovamos um salário de 19 mil reais para o delegado, maior do que de um oficial general do Exército, maior do que de um professor catedrático da universidade, 10 vezes maior do que o do médico.


Sou Deputado e não posso concordar com isso. Não vou destruir o acordo de Líderes. Votem, aprovem e fiquem com isso na consciência: Não estamos decidindo a favor do povo brasileiro. Muito obrigado. (Palmas. )"


Críticas breves ao comentário inflamado e totalmente descontextualizado do Nobre Deputado.

Sim, há graves distorções no sistema político e remuneratório brasileiro. Um médico ganhar menos que um servidor nível médio, de um Tribunal, é vergonhoso. Não há professores em número suficiente para atender todas as nossas escolas. Esses são problemas graves. Mas qual a importância deles em frente à autonomia da Defensoria?


Digo isso porque, apesar de frisar, constantemente, a desnecessidade de autonomia para outras instituições, com exceção do Legislativo, o deputado levanta contradições absurdas.


Se o Brasil não tivesse um Ministério Público eficiente e desvinculado, JAMAIS ocorreria um caso similar ao do Mensalão, com vários políticos respondendo na Justiça por uso de verbas públicas, desvio do dinheiro das "criancinhas" para os "lobbistas". O próprio deputado foi alvo de "denúncias" nesse sentido, como confirma um periódico de bastante renome (clique aqui).


O problema notório é que, com a autonomia, com projeto de lei, a Defensoria falará em nome dos desamparados. E, com tal força, ela pode, muito bem, ir contra o interesse das minorias elitistas, para buscar assegurar a defesa daqueles que não tem como ir ao Judiciário.


O que o Ministério Público faz excepcionalmente, a Defensoria faz diariamente.

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Mais matérias sobre este assunto, nos seguintes links:





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Para conhecer mais sobre as Defensorias Públicas, clique nos seguintes endereços eletrônicos:


- Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP)

- Defensoria Pública da União (DPU)

- Defensoria Pública do Distrito Federal (CEAJUR-DF)

- Defensorias Públicas Estaduais: [RJ] [SP] [PE] [SE] [RS] [PR] [PA] [CE] [BA]
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Bom, se vc gostou dessa matéria, comente abaixo!! Quem sabe eu não escrevo mais alguns posts sobre outros assuntos jurídicos!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Por que é importante a Defensoria Pública no Brasil? - Parte 2


Bom, continuarei o post anterior. E, pra começar bem, uma citação presente no site da Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo:



SANTO IVO E A DEFENSORIA PÚBLICA

"Patrono dos advogados, Santo Ivo entregou-se à defesa dos miseráveis e oprimidos, contra os poderosos. Dizia, então: "Jura-me que sua causa é justa e eu a defenderei gratuitamente".
Notabilizou-se, principalmente, por dedicar a sua erudição à defesa, nos tribunais, de toda a minoria deserdada de fortuna. Os seus emolumentos, quando exerceu as funções oficiais de Juiz de Rennes, oferecia aos pobres, para que fossem usados em sua defesa.
Foi de sua inspiração a criação da “Instituição dos Advogados dos Pobres”, especialmente para pelejar as causas dos revéis, pobres, viúvas e órfãos.
As razões históricas e a identidade das funções constitucionais da Defensoria Pública com a "Instituição dos Advogados dos Pobres", fundada pelo Santo advogado, assim como a sua elevada contribuição para o exercício de uma cidadania plena, inspiraram, inclusive, a escolha da data de sua morte - 19 de maio - para as comemorações do "Dia do Defensor Público".
A Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu Art. 134 e parágrafo único, ao instituir, pioneiramente, no mundo, a Defensoria Pública, tornou realidade, portanto, o sonho de Santo Ivo."

Vamos ressaltar, de pronto, a última frase citada acima. "Ao instituir pioneiramente no mundo a Defensoria Pública".

O Brasil, neste ponto, é extremamente desbravador ao cotejar, como imprescindível para uma boa convivência e para o respeito da população carente, advogados pagos pelo Estado, mas que defendam pobres e miseráveis.

Essa atitude pioneira dos nossos constituintes é, agora, respeitada por todo mundo, já que vários países denominados de "Primeiro Escalão" vêm até o Brasil para verificar a possibilidade e funcionalidade de um advogado para as minorias. Isso não quer dizer, contudo, que os problemas de outros países são iguais aos nossos. Mas ao contrário. Retomarei essas idéias mais pra frente.

O papel da Defensoria Pública assumiu relevos diferentes a depender do país contrastado. Nos Estados Unidos, a sociedade civil que arca com o ônus de financiar a defesa dos mais necessitados. Na França, por sua vez, são as corporações de advogados. O Brasil, contudo, utiliza-se de um modelo estatal e o Estado deve arcar com esse ônus (para uma breve introdução do tema, leia o seguinte excerto clicando aqui ).


Aqui no Brasil, para termos uma ideia geral, veremos que a maioria das pessoas acusadas de terem cometido algum crime estão representadas pelas Defensorias Públicas ou por órgãos de Assistência Judiciária, que fazem esse trabalho gratuíto (universidade, Ordem dos Advogados do Brasil). Sem falar nas demandas que versam sobre pensão alimentícia, divórcio, execução de alimentos, em que a maioria das pessoas está representada pela Defensoria Pública.

O grande ponto, então, é saber se o Brasil está apto a fortalecer uma instituição que defende, apenas, pessoas pobres e que, em suas atuações, irá, por vez ou outra, litigar contra o governo, aumentando o número de processos contra o Estado.

Há diversas posições, para todos os gostos. Desde os que defendem a extinção da Defensoria, por estar retirando da advocacia uma parcela de seus clientes, aos que pugnam pela sua independência, financeira, administrativa e orçamentária. E, do mesmo jeito que há posicionamentos, há muitas críticas.

Quanto aos que defendem a retirada de clientes da advocacia, não podemos esquecer que os assistidos pela Defensoria dificilmente contratariam um advogado, pois não têm condições para tanto. Esse argumento mostra-se falacioso, pois equipara os assistidos pelos defensores públicos a simples usuários de serviços, o que se mostra totalmente descabido quando verificamos a grande parcela de pessoas sem bens, de qualquer natureza, que utilizam-se da assistência judiciária gratuíta.

Atualmente, podemos dizer que o ponto mais interessante é o voltado para a autonomia da Defensoria Pública. Há, no Congresso Nacional, projetos de Emenda à Constituição que tendem a conferir essa independência, mas há forte pressão, por vários congressistas, a esse tipo de poder


Continua no próximo post...

Por que é importante a Defensoria Pública no Brasil? - Parte 1



Nos próximos 3 post's, comentarei e explicarei o que é a Defensoria Pública, suas funções institucionais e quais os deveres que ela possui.

É importante ter em mente, inicialmente, que a nossa Justiça é composta por 3 sujeitos principais, que movimentam o processo. Um é o autor da demanda, que dá início ao processo, pedindo ao Estado-Juiz um bem qualquer que entenda possuir direito a receber. De outro, está o réu, que á aquele em face de quem o autor pede o seu bem, ou seja, será o seu "rival" no processo. E, intermediando esta relação, encontra-se o Juiz, que deve ser eqüânime, ou seja, ele é imparcial, não está no lado de qualquer das partes, autor e réu, e tem a função primordial de aplicar a lei ao caso concreto.

Forma-se, assim, uma triangulação, que pode ser assim concebida:




Fonte: Anamatra


No centro, encontra-se um Juiz. Nos lados, as duas partes, uma em cada canto.
As audiências ocorrem por interlocução do Juiz, ou seja, cada parte direciona a ele as perguntas que quer fazer para outra, e ele questiona o adverso, quando entender importantes e necessárias para a resolução daquele processo.
Essa é a audiência de instrução, momento no qual o Juiz ouvirá as partes, ouvirá testemunhas, realizará diligências (perícias, ofícios etc) e colherá pessoalmente a sua impressão dos fatos. Nem sempre irá ocorrer, mas, por enquanto, basta saber como ela se desenvolve.




Essa é a estrutura básica do nosso processo, em que uma parte (autor) pede para o Estado (Juiz) que lhe providencie o bem da vida em face de alguém (réu).

As partes, para pedir algo em juízo, devem preencher determinados requisitos, a fim de garantir que o processo tenha, ao menos em tese, alguma razão para existir. João não poderia se casar com sua filha, pois isso é vedado pelo Código Civil, logo ele não poderá entrar com qualquer ação neste sentido, já que inexiste qualquer possibilidade do Estado deferir esse pedido.


Um dos requisitos imprescindíveis é que a parte esteja representada por um profissional habilitado, especialista em questões jurídicas, ou seja, um advogado. O advogado irá formular os pedidos da parte, correlacionando os seus desejos e vontades às previsões legais.

Contudo, nem todas as pessoas possuem condições de arcar com o ônus de pagar advogados (como profissionais, eles cobram para trabalhar. Os melhores advogados, mais conceituados, cobram pequenas fortunas para defender interesses em juízo). Ora, no Brasil existem mais de 60 MILHÕES de pessoas que se situam abaixo da linha da pobreza, ou seja, são pessoas que não conseguem dinheiro para, sequer, pagar suas refeições. Como, então, elas poderiam despender qualquer quantia pagando o advogado?


Verificando essa incongruência, a nossa Constituição da República assegura, em seu art. 134, a Defensoria Pública, que tem a função primordial de defender em juízo pessoas desamparadas, sem condições para pagar advogados.


Em nosso país, ao menos do jeito que está escrito na nossa Constituição, TODOS podem ter acesso à Justiça, quando se sentirem injustiçados, e aqueles que não têm condições, ou seja, que não percebam mais de 5 (cinco) salários-mínimos por mês, podem se valer da Defensoria Pública, tanto em questões cíveis (pedir pensão alimentícia, separar-se, proteger a sua propriedade), como em criminais (envolvimento em crimes, inquéritos policiais).


Continua no próximo post...




terça-feira, 16 de outubro de 2007

Noticias que desinformam

Notícias devem nos informar, nao é essa a idéia?

Ou seja, após ler algum periódico, devemos ter mais dados do que antes da leitura...

Mas vejam bem como podemos ser facilmente ludibriados...


Morre homem baleado em sessão de Tropa de Elite


Da Agência Estado
16/10/200711h10-O agente penitenciário Ivison Correia Oliveira morreu nesta terça-feira. Ele foi atingido por um tiro no final de uma sessão do filme Tropa de Elite, no Multiplex UCI Ribeiro Tacaruna, no Recife. A polícia diz que a morte pode ter sido por suicídio, homicídio ou disparo acidental.





Bom, faltaram apenas as opções da (a) arma ter ganhado vida e atirado sozinha; ou (b) o capitão nascimento ter errado algum criminoso e a bala perdida ter atingido o telespectador.

Tirando essa falta de tato minha, fazendo piadinhas (até porque a situação é bem mais séria), é absurdo listarem suicídio como hipótese provável. Ou está no calendário do suicida... "bom, vou no cinema, caso me enquadre no filme, me mato"...

Está quase óbvio que se trata de uma revanche... seria factível, também, um acerto de contas, pois seria bastante crível um alto número de ex-detentos assistirem o filme...

Fonte: Correioweb

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Uno semestre in spanish



Video interessante... além da convicente atuação da atriz, há perolas como:
a) Me lhamo Mike...
b) Mi gato es muy blanco
c) No remember how to say eleven...

Enjoy!




Fonte: Charges

No ritmo do pós-feriadão...






Após o feriadao, em que tive oportunidade de pescar e esprairar idéias, além de bons papos de pescador, posto um vídeo só pra dar uma animada... hehehehe









quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Será falta de crimes mais graves no Rio?

Essa notícia foi colocada no site G1, na data de hoje:


Diretor de 'Tropa de Elite' é intimado a depor na PM

O diretor do filme “Tropa de Elite”, José Padilha, e o ex-capitão da Polícia Militar, Rodrigo Pimentel, um dos autores do livro “Elite da Tropa”, foram intimados a prestar depoimento na Corregedoria da PM.
Caso se recusem a comparecer na data determinada, eles podem ser conduzidos por força policial. Segundo Pimentel, o inquérito policial militar vai investigar a participação dos policiais que participaram das filmagens. Ainda de acordo com Pimentel, devem ser fornecidas informações sobre os PMs que teriam colaborado com os treinamentos para as filmagens; quantos policiais e de que unidades participaram; e esclarecer, também, se a produção usou recursos do estado do Rio de Janeiro no longa-metragem. “Está tudo de forma transparente nos créditos e no material de divulgação do filme. E, lógico que não usamos munição e armas do estado. Tudo foi devidamente registrado e comunicado às autoridades”, disse Pimentel. Padilha não foi localizado para confirmar se iria depor.
"



Depois de tentar, por diversos modos, obstaculizar a entrada em cartaz do filme Tropa de Elite, a Polícia do Rio de Janeiro atua novamente. Agora, os PM's que auxiliaram para as filmagens teriam cometido crime (!) e há suspeitas (?) de uso de equipamento público nas filmagens (nossa... eu fiquei surpreso com essa afirmação, pois achava, há pouco, que a polícia sofria problema de falta de orçamento pra armas e genérico)

Eu acho que como o pessoal tem poucos crimes graves pra combater no Rio, nada melhor que fazer um estardalhaço por um eventual crime de uso de verbas públicas.

Enquanto se discute a imagem de uma corporação, tentando-se deixar no lixo a liberdade de expressão, parece retornar à mente a recente prisão de vários policiais militares cariocas envolvidos em corrupção...

Bom, creio que deve existir coisa muito mais importante a ser veiculada na mídia, não?

Mãe é fogo




Mãe : Alô?
Filha: Mãe? Posso deixar os meninos contigo hoje à noite?
Mãe: Vai sair?
Filha: Vou.
Mãe: Com quem?
Filha: Com um amigo.
Mãe: Não entendo porque você se separou do teu marido, um homem tão bom...
Filha: Mãe! Eu não me separei dele! ELE que se separou de mim!
Mãe: É.. você me perde o marido e agora fica saindo por aí com qualquer um...
Filha: Eu não saio por aí com qualquer um. Posso deixar os meninos?
Mãe: Eu nunca deixei vocês com a minha mãe, para sair com um homem que não fosse teu pai! Filha: Eu sei, mãe. Tem muita coisa que você fez que eu não faço!
Mãe: O que você tá querendo dizer?
Filha: Nada! Só quero saber se posso deixar os meninos.
Mãe: Vai passar a noite com o outro? E se teu marido ficar sabendo?
Filha: Meu ex-marido!! Não acho que vai ligar muito, não deve ter dormido uma noite sozinho desde a separação!
Mãe: Então você VAI dormir com o vagabundo!
Filha: Não é um vagabundo!!!
Mãe: Um homem que fica saindo com uma divorciada com filhos só pode ser um vagabundo, um aproveitador!
Filha: Não vou discutir, mãe. Deixo os meninos ou não?
Mãe: Coitados... Com uma mãe assim...
Filha: Assim como?
Mãe: Irresponsável! Inconseqüente! Por isso teu marido te deixou!
Filha: CHEGA!!!
Mãe: Ainda por cima grita comigo! Aposto que com o vagabundo que tá saindo contigo você não grita.
Filha: Agora tá preocupada com o vagabundo?
Mãe: Eu não disse que era vagabundo!? Percebi de cara!
Filha: Tchau!!!
Mãe: Espera, não desliga! A que horas vai trazer os meninos?
Filha: Não vou. Não vou levar os meninos, também agora não vou mais sair.
Mãe: Não vai sair? Vai ficar em casa? E você acha o que, que o príncipe encantado vai bater na tua porta? Uma mulher na tua idade, com dois filhos, pensa que marido está assim fácil? Se deixar passar mais dois anos, aí sim que vai ficar sozinha a vida toda! Depois não vai dizer que não avisei! Eu acho um absurdo, na tua idade você ainda precisar que EU te empurre para sair!
Luiz Fernando Verissimo

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Tropa de Elite




O Cinema brasileiro, dessa vez representado por um cineasta nada ortodoxo, apresenta um novo/esperado/comentado/divulgado filho, qual seja, o filme "Tropa de Elite".







De longe, esse é o filme nacional mais comentado que eu tenha notícias. E não é pra menos, pois entre suas ambições inaugurais já se incluiam concorrer para o Oscar e se transformar em um grande blockbuster nacional, bem superior a "Cidade de Deus", por exemplo.



Quem já teve a oportunidade de assistir o ótimo "Notícias de uma Guerra Particular", de Salles e Kátia Lund, teve uma prévia deste Tropa. E o sensacional é que o policial do BOPE, que dá a entrevista no documentário, é o autor do livro "Elite de Tropa", ou seja, a figura inspiradora do "Capitão Nascimento", que foi interpretado pelo Walter Moura. Total interação entre o documentário, livro e noticiário.



Como uma boa produção, que busca arrecadar dinheiro entretendo, o filme possui alguns problemas pontuais. A relativização da ótica entre "compradores", "vendedores" e "policiais", esquece a base principal de entrada, os "fornecedores". Tudo bem, já que em um filme não dá pra retratar todas as questões referentes à criminalidade dos tóxicos. Mas poderia, ao menos, ser mencionada a influência dos grandes cartéis na droga dos Morros do Rio.




De uma outra ponta, e isso pode iludir determinadas pessoas, a trama se desenvolve anteriormente à nova Lei de Drogas, Lei 11.340, que atenuou, e muito, o crime de usar drogas. Esse, talvez, não seja sequer um boto negativo do filme, pois o lapso temporal em que se desenvolve a narrativa não abarcaria uma explicação do novo tratamento das drogas do Brasil. Mas, refletindo seriamente, o filme mostra uma posição firmada acerca da criminalidade de drogas e, especialmente, à criminalização do uso de entorpecentes. E, nessa onda de posicionamentos sobre uso de drogas, cada meio propugna uma solução que entende mais adeqüada (embora não seja, sempre, a mais correta). No meio desse choque de informações, um coitado que, às vezes, nem sabe o que está acontecendo (por óbvio, estou falando dos desinformados usuários, não dos traficantes e fomentadores do tráfico).


No mais, é um bom filme. História envolvente, elenco convicente e atuação exemplar dos protagonistas, Cap. Nascimento (Wagner Moura), aspiras Matias e Neto (André Ramiro e Caio Junqueira) e Baiano (Fábio Lago). A fotografia está muito interessante, principalmente as tomadas do treinamento do BOPE. O som fica a desejar em alguns pontos, como na danceteria ou troca de tiros, mas nada que comprometa o entretenimento.




Resumindo, um bom filme que, graças à pirataria (querida ou não), tem tudo para se tornar o grande filme nas telas brasileiras de 2007, desbancando qualquer enlatado americano.


A título informativo, é importante mencionar que o Capitão Pimentel, que foi o policial que deu entrevista para o documentário "Notícias de uma guerra particular", foi banido dos caveiras do BOPE, por ter "traído" a pátria com as revelações intestinais da Polícia do Rio de Janeiro.

Após o documentário, ele foi obrigado a deixar a carreira policial. Ele escreveu, juntamente com o Cap. Batista, o livro "Elite de Tropa".

Para quem se interessar pelo livro, há outros bem interessantes como "Rota 66 - A história da polícia que mata" e "Abusado", ambos de autoria do jornalista Caco Barcelos, e "Cabeça de Porco", de MV Bill. Outras sugestões são bem-vindas.

domingo, 7 de outubro de 2007

Dida Aprendiz

Esse rapaz aprendeu comigo...



Senão me eeengano, ele participou de algumas aulas de teatro comigo...



Aprendam com ele, pois tem futuro. No video, ele aproveita-se para, no momento exato do tapa, jogar-se ao chão, com a simulação. É lógico que, com os novos meios tecnológicos, fica mais fácil notar esse talento teatral...



Mas esse garoto promete.. ah sim.






Depois, darei uma aula de interpretação pra voces, míseros aprendizes, serem tão convicentes quanto o garoto acima.



Fonte: Sedentário e Hiperativo

sábado, 6 de outubro de 2007

Silêncio Necessário

Já ouviu falar de pessoas que não conseguem se conter em situações dramáticas?
Como aquele que começa a rir em funeral e tal?

Pois eh, o video abaixo mostra bem isso... Situação dramática e momentos singulares...


sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Livrando-se dum chato dentro do avião!

Como se livrar de um chato num avião:


1) Silenciosamente e muito calmamente, abra seu notebook;


2) Ligue-o e inicie o sistema normalmente (com CALMA!);


3) Certifique-se de que o chato esteja olhando para sua tela!


4) Incline a cabeça para o céu e comece a fazer um oração em árabe! (se você não sabe árabe, não tem problema, qualquer palavra esquisita falada rapidamente serve!);


5) Abra este link! (não é vírus =P )


6) Pronto! Chame a aeromoça para remover o infartado!... Fácil não? 100% de aprovação até o momento!


Acho q testarei isso em breve =P

A coisa ta feia


Pois é, depois do grande especialista Luciano, O HUCK, dar seu veredicto sobre criminalidade, outra "otoridade" vem falar sobre a situação caótica do país.
Agora, sim, temos opiniões embasadas e coerentes sobre a criminalidade. Basta clicar na imagem pra saber mais uma crítica eficiente.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Pluto Insano

No início, Pluto corre atrás de uma criança. Ninguém sabe a razão exata.
Nisso, uma senhora o interpela e faz com que ele pare de correr.
Ele, simulando uma agressao, se joga...

Eh, coisas engraçadas e inusitadas que só acontecem naquele país sedento por indenizações...



Fonte: www.jacarebanguela.com.br

Desenhos insanos

Nossa... achei esses cartuns no orkut...
Infelizmente, nao conheço a autoria... (já até fui no blog do autor, mas agora nao me lembro).. mmmmmmmas, eh mto bom.
Tão bom q eu estou publicando aqui.
O autor, embora nao citado (por completa ignorância minha), sinta-se honrado. hehehe.




Conhece o Mário?

Pois eh, finalmente ele se revelou... E olha que eu não acreditava nessas histórias da internet, hein, mas depois dessa demonstração, cabal, não há como negar ser ele o grande herói do Nintendo.




"Sinto-me envergonhado..." Será mesmo??


Eh, mais uma vez me deparo com novos cientistas criminais em segurança pública.


Dessa vez, o não menos televisivo, jovem milionário, marido de minha companheira de muitas tardes da extinta manchete, Luciano, O HUCK, deu seu veredicto final sobre a questão da criminalidade.


Vejam por vocês mesmos:


Carta de Luciano Huck
O apresentador Luciano Huck foi assaltado na quinta-feira, dia 27 de Setembro, em São Paulo. De arma na mão os ladrões levaram o relógio dele. Esse episódio de violência gerou uma carta indignada dele que saiu no jornal Folha de São Paulo:
Luciano Huck foi assassinado. Manchete do Jornal Nacional de ontem... E eu (Luciano), algumas páginas à frente no caderno policial. E, quem sabe, uma homenagem póstuma no caderno de cultura.
Não veria meu segundo filho. Deixaria órfã uma inocente criança. Uma jovem viúva. Uma família destroçada. Uma multidão bastante triste. Um governador envergonhado. Um presidente em silêncio.
Por quê? Por causa de um relógio. Como brasileiro, tenho até pena dos dois pobres coitados montados naquela moto com um par de capacetes velhos e um 38 bem carregado.
Provavelmente não tiveram infância e educação, muito menos oportunidades. O que não justifica ficar tentando matar as pessoas em plena luz do dia. O lugar deles é na cadeia.
Agora, como cidadão paulistano, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa.
Adoro São Paulo. É a minha cidade. Nasci aqui. As minhas raízes estão aqui. Mas a situação está ficando indefensável.
Passei um dia na cidade e três assaltos passaram por mim. Meu irmão, uma funcionária e eu. Foi-se um relógio que acabara de ganhar da minha esposa em comemoração ao meu aniversário.
Onde está a polícia? Onde está a "Elite da Tropa"? Quem sabe até a "Tropa de Elite"! Chamem o Comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos segurança pública de verdade. Tenho
certeza de que esse tipo de assalto ao transeunte, ao motorista, não leva mais do que 30 dias para ser extinto. Dois ladrões a bordo de uma moto, com uma coleção de relógios e pertences alheios na mochila e um par de armas de fogo não se teletransportam para o infinito.
Passo o dia pensando em como deixar as pessoas mais felizes e como tentar fazer este país mais bacana. TV Diverte e a ONG que presido têm um trabalho sério e eficiente em sua missão. Meu prazer passa pelo bem-estar coletivo, não tenho dúvidas disso.
Confesso que já andei de carro blindado, mas aboli. Por filosofia. Concluí que não era isso que
queria para a minha cidade. Onde estão os projetos? Onde estão as políticas
públicas de segurança? Onde está a polícia? Quem compra as centenas de relógios
roubados? Onde vende? Não acredito que a polícia não saiba. Finge não saber. Alguém consegue explicar um assassino condenado que passa final de semana em casa!? Qual é a lógica disso?
Hoje posso dizer que sou parte das estatísticas da violência em São Paulo. E, se você ainda não tem um assalto para chamar de seu, não se preocupe: a sua hora vai chegar.
Desculpem o desabafo, mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser paulistano, um brasileiro humilhado por um calibre 38 e um homem que correu o risco de não ver os seus
filhos crescerem por causa de um relógio.



É... realmente, quando uma "otoridade" no assunto se manifesta devemos acolher a sua opinião. Certo?



Nao, errado. Muito errado, aliás. Acolher o dito por Luciano, o HUCK, é o mesmo que dar crédito a tantos outros personagens televisivos que, a título de doutores, não sabem mais da realidade social que o seu pseudo-cientista-escritor. Veja a Hebe e os seus comentários sob pena de morte... É, uma gracinha realmente...



A criminalidade é uma realidade. A polícia, infelizmente, não vai diminuir o índice de criminalidade. Essa é outra verdade. TAmpouco mais prisões ou sistemas muito rígidos. Basta ver, por isso, o sistema norte-americano, que é o mais grave, com penas mais recrudecidas e, mesmo assim, não conseguiu diminuir a sua criminalidade, mantendo-o em nível similar ao nosso (depois, com tempo, postarei aqui uma estatística realizada por um americano, muito interessante por sinal).



Será que O HUCK acha que a criminalidade vai diminuir mantendo os "assassinos condenados", como ele chama, presos o dia inteiro? Bom, eu e um monte de gente, que estuda a sério o assunto, cremos que não. Houve, inclusive, um Estado de nova-iorque que tentou essa abordagem, no passado, e não foi muito feliz.



Agora, o principal é que O HUCK esqueceu que vivemos em uma democracia. Democracia possui um preço. E o preço é aceitar as diferenças. Isso não se resume a colocar popozudas no palco ou a colocar músicas de baixo teor na mídia. Não é isso.



O preço da democracia é aceitar que determinadas pessoas, porque são livres, cometam crimes. Esse é um preço que pagamos, pois temos liberdade de ação, expressão, comportamento. Por isso, dois jovens podem assaltar alguém. E, da mesma forma, alguém pode escolher viver de forma maldosa, pois ela é livre pra escolher o seu modo de agir.



Isso não quer dizer, contudo, que não haja repressões. O direito penal existe para defender determinados bens em conflitos com outros. Ou seja, se o Azinho quis assaltar o Bezinho, ele irá responder por roubo qualificado por uso de arma de fogo. E, uma coisa que O HUCK esquece, é que o crime é um só. Se alguém não paga imposto, deveria ser penalizado penalmente, da mesma forma que alguém que rouba (mas a crimonologia crítica, ao falar desses criminosos de colarinho branco, mostra a sua não punição).



Vejamos no que dará o assalto dele. Talvez os criminosos sejam presos. Talvez não, porque a cifra negra da criminalidade é muito grande. Mas, espero sinceramente, que ele, O HUCK, não decida sobre o futuro dos jovens... acho que, na sua visão de mundo, retirar um relógio de 46 mil reais, de alguém com patrimônio de milhões de reais, mereceria pena de morte.



Será?





Fonte: http://maisvoce.globo.com/mensagem.jsp?id=16556