quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Brasil que nós queremos

"Orgulho de ser brasileiro"


Sou um filho da ditadura. Assim como muitos, nasci no início da década de 80, quando ainda vigia, em nosso país, o absurdo, impensado, não merecido, sistema da hipocrisia conhecido como regime militar. Era o governo Figueiredo.

Era uma época de transição. Depois da tomada, totalmente absurda, ocorrida pelo regime de militares, a população não mais aceitava ser governada por governantes não-legítimos, não-eleitos, não-democráticos. Um governo ditatorial sabe que, se não ceder o seu espaço no momento correto, será esmagado pelo que lhe suceder, seja um governo eleito, seja outro governante déspota.

Para facilitar uma transição, o governo Figueiredo partiu da premissa de que a volta para a democracia era urgente, era necessária, mas seria levada de forma natural, sem baderna, sem "esquerdismo". Tancredo Neves e Sarney, que governaram durante a Constituinte de 88, e a escolha do primeiro governo da nova era democrática instalada.

Esse tópico é importante para situar que, como muitos, eu cresci num país aprendendo a ser democrático, porém com laços grandes da tirania, da ilegitimidade das forças no poder. Vivemos épocas de superinflação, em que nossos gibis recebiam vários preços, com as famosas remarcadoras. As moedas não valiam nada, nem dava pra fazer um cofrinho direito, já que perdiam o seu valor rapidamente. Cruzeiro, cruzado, cruzeiro novo. Unidade real de valor, ufir. Presenciamos o irmão do Presidente falar, em uma revista nacional, sobre um grave esquema de corrupção. O confisco da poupança. Eu vi, como muitos, a queda do presidente que, além de ter aquilo roxo, representava um sonho de democracia, uma democracia jovem, em um rapaz bonito, porém uma democracia que elegeu alguém que veio de uma oligarquia, de parentes próximos não respeitosos, sequer, de colegas parlamentares (seu pai, Arnon Afonso de Farias Mello, matou a tiros, dentro do Senado Federal, o então Senador José Kairala). Um presidente que não se mostrou melhor que os que antecederam. Collor caiu, Itamar Franco lhe sucedeu. A juventude foi às ruas, esperançosa em mudanças. O Banco Mundial criticava o Brasil. A população de miseráveis crescia cada vez mais. E o futebol, até antes da Copa de 94, estava há mais de 20 anos sem uma estatueta. Veio o Plano Real, com Fernando Henrique.

Era difícil, nessa época, afirmar orgulho de ser brasileiro. Afirmávamos, claro, mas sempre receosos, porque no fundo sabíamos das dificuldades, das impossibilidades, das esperanças desfeitas e da triste realidade. Éramos terceiro mundo, para nós, porém quarto ou quinto para muitos. Os ricos, mais ricos, os pobres, muito mais pobres. O carnaval demonstrava a ilusão da fantasia, o dia em que esquecíamos da realidade para delirar no brilho das fantasias e dos carros decorados. Todos eram irmãos, apesar de que, na prática, isso não ocorria. Restava, apenas, relembrar dos bons feitos e dos sucessos individualizados, do futebol, das mulheres, do clima, do povo.

Embora pareça, não me arrependo de ter vivido essa época. Justamente porque estamos, atualmente, vivenciando um momento ímpar em nossa sociedade. As dificuldades passadas mostram o quanto evoluímos no presente. Não há mais superinflação. Nossos carros não são mais carroças. Após anos de luta, a moeda possui estabilidade e é possível mensurar, no tempo, os ganhos e perdas, fazer prognósticos e antever melhoras. O atual governo, que era desacreditado no início de sua pretensão, antes mesmo da eleição, deu mostras da maturidade brasileira - falo isso com tranquilidade, inclusive porque fui um dos maiores críticos das proposições do atual presidente, razão, inclusive, que me deixa mais calmo a fazer um mea culpa. O governo Lula saiu melhor que a encomenda, mesmo considerando o mensalão e algumas desculpas inesculpáveis.

O Brasil hoje é visível. O cernário internacional não prescinde do Brasil. Desde menções genéricas, atualmente somos a bola da vez. Isso não é pouco. Passamos pela crise econômica com maestria. O real não se desvalorizou e, pelo contrário, o Brasil fez mais, colocando-se na condição de credor do Fundo Monetário Internacional. Ora, a Madonna está com um Jesus, brasileiro. Teremos uma Copa do Mundo, seguida por uma Olimpíada. O Presidente Lula é ouvido em todos os locais que se encontra e os líderes mundiais vêm para Brasília, cada vez mais. Sejam de direita, esquerda, estejam em guerra uns com outros. Pois o Brasil é a bola da vez.

Tal tópico, que posto após um longo perído de abstinência, é mais do que necessário. Após, colocarei vários links que reafirmam o que digo. Porém, a coisa está obvia agora. Os enlatados americanos falam no Brasil direto. Somos, ao lado da China, a grande expectativa do mundo. Um mundo congelado pelas doutrinas européias e norte-americanas, esperando por novas mentes, novas idéias, mas, talvez principalmente, novos mercados. O Brasil não é mais um rico país pobre, mas, sim, um Rico país menos pobre. As classes inferiores, C e D, tiveram um grande incremento em suas finanças. Os terrenos se valorizam de forma incrível, muito embalados pela bolha inflacionária, porém não há indicativos de aumento da inflação inesperado. No filme 2012, o Cristo cai. Em outras produções, fala-se de brasileiros. O soccer não é algo tão estranho, mas um esporte respeitado. O Brasil impregna suas características no resto do mundo e o mundo é mais verde e amarelo. E mais bonito.

Faltam, ainda, várias regulações internas, acabar com a corrupção sistêmica, com os abusos de poderes, com a não-punição dos bem colocados socialmente, com a pobreza, com o preconceito. Mas isso, além de ser conquistado aos poucos, é tarefa também para os que nasceram nas décadas após 80.


Links Interessantes:

Mercado de Investimentos
Mercado Imobiliário
Ministro do Turismo
Infomoney e Crédit Agricole
Valor Online
Isto é
Brasil no Conselho de Segurança da ONU

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