quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Por que é importante a Defensoria Pública no Brasil? - Parte 7


Continuando os debates acerca da importância da Defensoria Pública no Brasil, o blog "Eu sou apenas o máaaximo" faz nova incursão do tema da autonomia da Defensoria Pública.

O deputado federal Tadeu Filipelli (PMDB-DF), em entrevista ao site da Associação dos Defensores Públicos do Distrito Federal, comenta a PEC n.º 487, de autoria do Dep. Roberto Freire (PPS), que dá autonomia e prerrogativas à Defensoria Pública.

Confira a entrevista:

.

1) Quais os efeitos práticos da PEC, no panorama de como é a estrutura do Estado Brasileiro, caso ela venha a ser aprovada?

A proposta prevê que a Defensoria Pública terá assegurada autonomia funcional e financeira, podendo propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, preenchendo os mesmos por concurso público. Também será facultado ao órgão propor sua política remuneratória, os planos de carreira e sua proposta orçamentária, claro que dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

É interessante observar que a PEC 487 determina que nos Estados em que não exista a Defensoria Pública Estadual ou do DF, os Poderes Executivos Estaduais e do Distrito Federal deverão encaminhar ao Poder Legislativo projeto de lei instituindo o funcionamento deste órgão, no prazo de 120 dias após a publicação da Emenda Constitucional. Ou seja, a PEC determina que a população conte com a Defensoria Pública em todas as Unidades Federais.

.

2) A que o Senhor atribui não haver ela sido votada?

Foram vários os motivos da não votação desta PEC no momento desejável.

O primeiro ponto foi o momento em que ela foi ao Plenário, que coincidiu com o acúmulo de Medidas Provisórias e a pauta quase que obstruída diariamente.

O segundo fato, a opção preferencial de votar a CPMF, fazendo com que as demais matérias, não só esta PEC, ficassem, vamos dizer assim, subordinadas a uma preferência de votação da CPMF.

O terceiro motivo, acredito, foi o relatório final, por ter sido elaborado pelo deputado Nelson Pelegrino (PT-BA) e ser extremamente arrojado, causou conflito com alguns segmentos do Governo, representando, desta forma, a dificuldade, já, da obtenção da totalidade dos votos da base. Ainda ocorreu que na noite do debate na qual deveria ser votada esta PEC, a oposição, que deveria estar aliada com o restante da casa, para aprovação da mesma, também se posicionou, por motivos exclusivamente políticos, com algumas divergências.

No balanço final mostrou-se que a obtenção de 308 votos, que era o quorum qualificado para a aprovação de uma matéria desse tipo, corria risco e, portanto, naquela noite resolvemos não votar, aguardando outro momento propício que eu tenho certeza que ocorrerá na retomada dos trabalhos do ano de 2008 aqui no Congresso.

.

3) O que a PEC representa de mudanças, principalmente para as defensorias públicas e para a população usuária de seus serviços?

A proposta visa ampliar a atuação dos Defensores Públicos no País, com vistas a um universo formado pela população que recebe salário mínimo e necessita conhecer seus Direitos Constitucionais e terem garantias para serem representadas judicialmente e extrajudicialmente.

Quanto ao aparelhamento das Defensorias Públicas, isso permitirá à instituição reforçar seu papel na relação com os Poderes, buscando, desta forma, uma atuação absolutamente essencial para a realização de um Estado Democrático.

Para tanto, o texto constitucional, sendo aprovada a PEC, deverá conter garantias e vedações aos membros da Defensoria Pública. Isso porque é de extrema importância torná-la realmente autônoma e, ao mesmo tempo, impossibilitá-la de qualquer utilização escusa dos cargos. Das garantias que podemos destacar, a PEC propõe vitaliciedade, inamovibilidade, esta última já existente na Constituição, e irredutibilidade de salários. Já as vedações propostas, são o recebimento de honorários, prática da advocacia, participar de sociedade comercial, exercício de outra função pública, salvo alguma em magistério, exercício de atividade político-partidária e recebimento de auxílios e contribuições.

.

4) Qual a percepção do que o senhor tem quanto a receptividade no Parlamento quanto à Emenda Constitucional?

Existem segmentos que receberam muito bem a matéria, que torceram e são simpáticos a todos os aspectos disciplinares da PEC. E logicamente tem outros segmentos, em virtude da história vivida do Ministério Público, que vêem com alguma restrição tais dispositivos. Eu tenho o pensamento de que a missão da Defensoria Pública, tendo esta autonomia, ela poderá, por meio disto, prestar melhor seus serviços à sociedade.





Fonte: ADEP em pauta

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Lost in translation... ou, motivos para não fazer supletivos de outra língua

"I wanna two piece on my plate"

Confusões, erros de tradução, mal-compreensão. Há, inclusive, registros históricos de conflitos internacionais provocados por má-tradução de uma língua.
.
Se for para bem compreender uma língua, é importantíssimo que você a aprenda da melhor maneira, de preferência em alguma escola de línguas renomada.
.
Ou, caso contrário, você poderá viajar e passar pelos seguintes constrangimentos...
.
.
Como vocês viram, o vídeo "The Italian Man who went to Malta" necessita de um pouco de conhecimento de inglês. Ou você também vai xingar a mãe do protagonista?

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Preview: check-list dos filmes mais aguardados para 2008


Check list dos filmes mais aguardados...


Todos os sites tradicionais apresentam a sua lista das próximas novidades no cinema. Então, nesse ritmo, o blog "Eu sou apenas o máaaximo!", que não é site, tampouco tradicional, vai dar uma aconselhada pro que vier.
.
Há bons filmes que estou aguardando em 2008 e, com certeza, outros surgirão no decorrer do ano. Portanto, já vá atualizando a sua carteirinha de estudante e poupando o dinheiro pras várias horas de cinema que nos aguardam.
.
.
.
4 de janeiro
"Meu nome não é Johnny": Apesar de ter lido algumas críticas bastantes fortes ao filme, creio que vale uma ida ao cinema. A história, em épocas de "Tropa de Elite", é uma boa pedida.

11 de janeiro
"Desejo e reparação": Adaptação de "Atonement", de Ian McEwan. Promessa de alguns prêmios, a trama parece ser densa o suficiente para valer uma visita no cinema. No elenco, Keira Knightly e James McAvoy.

"O suspeito": Trama policial, com Reese Witherspoon e Jake Gyllhenhaal, enamorados na vida real, compondo o elenco. Como gosto de filmes assim, mais um pra verificar!

18 de janeiro
"O caçador de pipas": O livro de Khaled Hosseini deve garantir uma boa bilheteria, embora eu não tenha lido nem o livro. Bom, talvez eu veja o filme pra ver se animo a ler o livro...

"Eu sou a lenda": Will Smith protagoniza este suspense, que tem como tema um sobrevivente de uma guerra biológica, isolada em Nova Iorque. No elenco, atenção para a tupiniquim Alice Braga.

25 de janeiro
"O gângster": Com Denzel Washington e Russel Crowe. É a história do traficante Frank Lucas, na década de 70. Parece ser muito interessante...

"Sicko - $O$ saúde": Um só nome para definir este documentário: Michael Moore. Já vale a ida ao cinema, não?
.
.
.
1 de fevereiro
"Os indomáveis": Um faroeste com Christian Bale (espero que tenha tirado o ovo da boca), Russell Crowe e Peter Fonda.

"Rambo 4": Sylvester Stallone, mais de sessenta anos na cara, mais bomba que artilheiro israelense. A história? Bom, você realmente está interessado na história ou do quanto vai rir desse novo capítulo de um aposentado, do exército, que é melhor que todo exército chinês?

8 de fevereiro
"Cloverfield - O monstro": Estou esperando bastante este filme. De um trailler inicial ótimo, quando não tinha nem nome, esta película, de J.J Abrams, um dos melhores produtores americanos ("Alias", "Lost"), vai ser um dos blockbusters do ano. Com certeza.

15 de fevereiro
"Elizabeth: A era de ouro": Com Cate Blanchett e Clive Owen. Pela temática e pelos atores envolvido, promete ser um bom entretenimento para um final de sexta-feira.

22 de fevereiro
"Antes de partir": O filme conta com Jack Nicholson e Morgan Freeman. A trama, seus personagens descobrem que possuem um câncer maligno, em estágio terminal, e vão fazer as suas últimas coisas queridas antes de morrer. Minha opinião? Deve ser um filme sensacional!

29 de fevereiro
"Jogos do poder": Outro filme que parece ser interessante, sobre os bastidores do Poder, na visão de um deturpado congressista norte-americano. Com Tom Hanks e Julia Roberts.
.
.
.

Março sem data
"Be kind rewind": Comédia com Jack Black, Mia Farrow e Danny Glover. Jerry, após ter o cérebro magnetizado (não me pergunte como), destrui involuntariamente as fitas de uma locadora (não me pergunte como ou porque). Atendendo um cliente assiduo (não me pergunte porque), Jerry e o amigo, dono da locadora, irão refilmar todos os filmes (não me pergunte como). O que eu sei é que, se bem feito, deve ser um ótimo filme.

"Não estou lá": A história de Bob Dylan, em película. Com Cate Blanchett, Christian Bale, Richard Gere e Heath Ledger.
.
.
.
Abril sem data
"À prova de morte": Filme de Quentin Tarantino, seqüência de "Grindhouse". Coloquei esse filme especialmente por se tratar do Tarantino, de quem não podemos fazer qualquer previsão absoluta.
.
.
.
1º de maio
"Cassandra's dream": De Woody Allen, com Colin Farrell e Ewan McGregor, encenando dois irmãos financeiramente afetados.

"Homem de ferro": Direção de Jon Favreau, com Robert Downey Jr. (Tony Stark) e Gwyneth Paltrow. No filme, mais uma adaptação da editora norte-americana "Marvel Comics", Tony Stark, o Homem de Ferro, enfrenta um de seus maiores inimigos, o Mandarim. Pelos efeitos especiais, atores e enredo, promete ser um grande blockbuster.

9 de maio
"Speed Racer": Dos irmãos Andy Wachowksy e Larry Wachowsky, que realizaram "Matrix". No elenco, Emile Hirsch e Sean Penn. É uma adaptação do anime para as telas. Incluo ele, aqui, mais como uma cautela aos leitores. Pelas fotos do filme, ou pelo trailler, deve-se pensar bem se você não é da época do "Go, go, speed racer go", pois pode sair do filme bastante chateado.

22 de maio
"Indiana Jones e o reino da caveira de cristal": Toquem a musiquinha... "Pan paran-pannn... pan, param...". Harrison Ford volta a encenar o não-tão jovem Indiana Jones, com direção do não menos fenomenal Steven Spielberg. Será outro filme arrasa-quarteirão?
.
.
.
13 de junho
"The Happening": De M. Night Shyamalan ("Sexto sentido" e "Sinais"). Mais uma vez, os aliens atacam. E quem melhor que Shyamalan pra nos contar a história?

"The Incredible Hulk": Apaguem aquele Hulk, interpretado pelo sem sentimentos Eric Bana, de uma cor verde fluorescente pouco convicente de Ang Lee. Apenas não apaguem a Jennifer Connelly, porque, evidentemente, ela foi das poucas coisas boas do filme. O Hulk, desta vez, volta com Edward Norton e direção de Louis Leterrier, e promete ser bem mais verossímil (se isso é possível, em se falando de Hulk), que aquele outro.
.
.
.
18 de julho
"Batman - The dark knight": Do diretor Christopher Nolan, em que Batman (Christian Bale) enfrenta o Coringa, vivido por Heth Ledger. Pra maiores informações sobre o filme, clique aqui.
.
.
.

Setembro sem data
"Blindness": Baseado no livro "Ensaio sobre a cegueira", do ótimo José Saramago, Fernando Meirelles (Cidade de Deus) traz esta película, com Julianne Moore, Mark Ruffalo, Gael García Bernal e Alice Braga (lembram dela, de filmes citados mais acima? Pois é, a menina promete).
.
.
.
3 de outubro
"Operação Valquíria": Motivos para ver o filme. Para as meninas, Tom Cruise protagoniza. Para os meninos, direção de Bryan Singer (X-men), e relata uma operação, real, de assassinato do líder alemão, Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial.

10 de outubro
"High School Musical 3": Anotem nas suas agendas, deixem escritos em todos os cantos: fujam dos cinemas nesta época.
.
.
.
7 de novembro
"Bond 22": Bond. James Bond. Como o incrível 007, Daniel Craig. Bom divertimento.

21 de novembro
"Harry Potter e o enigma do príncipe": Direção de David Yates, com os mesmos atores das versões anteriores, incluindo Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint. É o penúltimo capítulo da série. E, nesta sexta parte, Harry Potter arranja um antigo livro de poções, que lhe dará muita ajuda em sua escola, Hogwards, bem como desvenda, ao lado de Dumbledore, o passado de seu inimigo, Lord Voldmort.
.
.
.
12 de dezembro
"Madagascar 2 - A grande escapada": Se for metade do primeiro filme, já vale a ida ao cinema. Aliás, falando no primeiro filme, vale relembrar uma frase, fantástica: "Apenas sorri e acena".

Trechos Espetaculares de Filmes Sensacionais - "Hitch - O conselheiro amoroso"

Nunca minta, roube, engane ou beba. Mas se for pra mentir, que seja para estar ao lado de quem ama. Se for pra roubar, que seja para tirá-la das más companhias. Se for pra enganar, engane a morte. E se for pra beber, beba todos os momentos que tiram o seu fôlego.





Pairando nesta seção, é a vez de uma comédia romântica, protagonizada por Will Smith e Eva Mendes. Hitch, o conselheiro amoroso, dirigida por Andy Tennent, conta as aventuras de uma espécie de "Dr. Love", Alex "Hitch" Hitchens (Will Smith), especialista em relacionamentos, que ganha a vida remodelando homens, para que conquistem seus amores. E se gaba bastante de sua habilidade nisso.

Até que, por uma ironia do destino, ele se apaixona por Sara Mellas (Eva Mendes). E tudo o que ele ensina aos seus clientes não se aplica a ele mesmo. Lembram do adágio popular, façam o que eu falo, mas não o que eu faço?

No meio desse novo e tumultuado relacionamento, surge Albert (Kevin James), apaixonado por Allegra Cole (Amber Valetta), que contrata Hitch para conquistar a sua amada. E, como se percebe no decorrer do filme, ele rouba algumas das melhores cenas da película.

Um bom filme, que mostra as contradições ínsitas em relacionamentos e que, mais uma vez, afirma o quão desnecessário se mostra objetivar relações interpessoais.


Na cena desta semana, Hitch tenta ensinar Albert sobre como se portar em uma boate. Ou melhor, como não se portar. As táticas de dança, bem como o nome das coreografias, são impagáveis!




Apenas eu reparei nisso, ou há uma "dança do siri" nesta cena acima? Hum... Nada se cria, nada se perde. Tudo se renova, na televisão brasileira!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Como dar prazer às mulheres ou A busca do ponto G

A busca do Ponto G



Dizem que ele é inalcançável. Há muita gente dando fórmulas inacreditáveis para encontrá-lo.


Fisiologicamente, "o ponto G ou ponto de Gräfenberg é uma pequena área na mulher a trás do osso púbico perto da canal da uretra e acessíveis através da parede anterior da vagina" (para saber mais, clique aqui).


Mesmo com vários manuais, muitas lições, video-aulas e simulados, alguns homens (e mulheres) ainda não conseguiram encontrar o ponto G e estão perdendo essa porta (ou portão) de divertimento! Contudo, os seus problemas acabaram.

Há, no ioio-tube, um vídeo bastante explicativo sobre a localização exata do Ponto G, discussões científicas e o modo como estimulá-lo. Desconsiderem a aparência do apresentador, que, como todo cientista, não é a pessoa mais bonita do mundo. O que deve ser levado em consideração, isso sim, é a técnica por trás da descoberta do ponto G e da melhor maneira de proporcionar prazer às mulheres.







A tempo. O médico americano D. Scrocher afirma que fazer sexo pelo menos uma vez por semana ajuda no desenvolvimento do ponto G, evita doenças de pele, previne contra outras doenças cardíacas e contra diabetes. Então, galera, vamos proteger a nossa saúde. Ao trabalho.


P.S.: o mesmo médico também afirma que isso se aplica também à masturbação. Bom, quem estiver na mão, melhor ficar na mão mesmo para evitar doenças.

O blog "Eu sou apenas o máaaximo!!!" também é cultura! E como!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Redução da imputabilidade penal?

Somente reduzir resolve?
.




Voltando aos temas criminológicos, vamos discutir, an passant, a redução da imputabilidade penal.


Em linhas gerais, a imputabilidade é a capacidade de alguém para ser-lhe aplicada uma pena. Ou seja, não é todo mundo que vai receber uma pena de privação de liberdade, pois ele pode não possuir essa capacidade, ser inimputável, como os que possuem demência mental, e, neste caso, devem receber outro tratamento, mais médico que criminal.


No Brasil, nós utilizamos um modelo de imputabilidade que adota tanto critérios subjetivos (capacidade mental), quanto objetivos (idade). O requisito etário é o de que apenas quem possui 18 anos pode cometer crimes e, portanto, receber penas. Quem possui idade inferior, não será tratado como criminoso, mas como, no máximo, adolescente infrator, nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Para melhor denotar o assunto, segue o seguinte artigo, de minha autoria. Apesar de possuir alguns termos técnicos, os argumentos presentes podem apresentar outros dados importantes nessa discussão, que ganha, cada dia, novos ares.

Assunto em voga atualmente, em razão de uma sensação de aumento da criminalidade, a redução da imputabilidade penal é um dos temas mais complexos da atual conjuntura da política criminal brasileira. Em que pesem os diversos argumentos jurídicos correlatos, como a (in)constitucionalidade dessa alteração etária, há óbices fáticos ao entendimento de que a redução da idade mínima para ser preso, ser considerado criminoso, venha a repercutir positivamente. A prisão, como meio ineficaz de reinserção social, a falsa aparência de aumento da criminalidade e a própria atuação estatal, em relação a eventuais criminosos, são elementos importantes nessa discussão.



A prisão, forma de punição oriunda do final da Idade Média, advinda em contraposição aos suplícios até então praticados, possui, em seu cerne, graves críticas[1]. Os gastos excessivos com a sua manutenção, a falta de proporcionalidade no castigo restritivo da liberdade e a falta de resultados fáticos objetivos – refletidos no alto número de casos de reincidência – são, além de elementos que retiram sua legitimidade, justificativas para a busca de outras formas de atuação estatal, mais eficazes e racionais.



Além desse fator, há, de maneira geral, uma ausência de critérios científicos quando se aborda o assunto da criminalidade. Em parte, a mídia contribui bastante para isso, ao inflamar sentimentos vingativos, ao mesmo tempo que requer atitudes sensatas das autoridades policiais. A diminuição da faixa etária, ao revés do decrescrimento, ocasionaria o aumento do número de crimes perpetrados, eis que, pela inclusão de mais pessoas como possíveis criminosos, maiores serão os números de crimes e, por conseqüência, maior será a criminalidade[2]. No momento em que uma conduta, antes lícita, passa a ser considerada ilícita, surge a criminalidade nesse ato e em todos os elementos que o cercam. Além do estigma daí oriundo, com o etiquetamento do status de criminoso no jovem, não haverá qualquer repercussão séria na principal causa do crime, no ordenamento vigente: a desigualdade social[3].

Para se combater o atual estado da criminalidade, é imperiosa a busca de medidas alternativas à prisão – substitutivos penais. A reinserção do adolescente na sociedade, por meio de ações estatais específicas que privilegiem a sua especial condição de ser em desenvolvimento e lhe dê meios de melhoria em sua vida, sem olvidar-se da necessidade de se diminuir as diferenças sociais, deve ser o objeto principal da política criminal[4]. Ao adolescente, envolto no mundo do crime, devem ser dados exemplos reais da possibilidade de atuação de modo não criminoso, a fim de se definir seu caráter da melhor forma possível.


Haja vista a peculiaridade dessa questão, é necessário humanizar o sistema penal brasileiro, com o esquecimento de preconceitos de índole social, a fim de se modificar o foco para as desigualdades sociais, razão principal da maioria dos crimes aqui perpetrados. Desse modo, com uma visão mais global do sistema, é possível uma maior atenção ao jovem desviante, delinqüente, como partícula essencial do meio social no qual está inserido e, via reflexa, agente modificador importantíssimo da sociedade.




Notas do texto:


[1] Maiores críticas à prisão, veja-as em FOUCALT, Michel. Vigiar e punir: história de violência nas prisões. São Paulo: Vozes, 2001.



[2] Esse fenômeno, no campo da criminologia crítica, é denominado de “criminalização secundária”. É o aspecto mediato da criação de tipos e identificações de condutas socialmente nocivas, que implica o alargamento do rol dos excluídos pela norma penal e, via indireta, aumenta a criminalidade de um determinado país.



[3] A teoria do labelling aprouch, ou do etiquetamento social, demonstrou que a definição do criminoso, em si, já é um processo excludente e que define a pessoa como criminosa, ainda que não tenha praticado qualquer infração. O criminoso não é aquele que pratica delitos; mas, sim, aquele definido pelo sistema, capturado, sem acesso aos meios culturais (em medida suficiente para livrar-se da incriminação). A partir de três constatações irretorquíveis, quais sejam, (a) a cifra oculta da criminalidade, (b) a relatividade do delito e (c) impunidade nos crimes de colarinho branco, e com fulcro no interacionismo simbólico (a realidade humana é, em essência, o reflexo das interpretações coletivas dos fatos), o etiquetamento define o desviante como aquele que, antes de ser um imputável e de ter praticado uma conduta proibida, foi interpretado pelo sistema como criminoso.



[4] Importante frisar, neste aspecto, que não cabe ao Direito Penal buscar modificar a sociedade – ao menos, isso não lhe pode ser imputado diretamente. O papel de modificadora da realidade social resta à política criminal. Para tanto, basta diferenciar a criminologia, que seria o fundamento explicativo, etiológico e causal do fenômeno criminológico, a política criminal é o fator decisivo, transformadora das experiências criminológicas em estratégias de atuação positiva, e o Direito Penal, que deve mostrar-se como um conversor, de índole operativa, da proposição jurídica geral e obrigatória.
.
.
Dúvidas, críticas, xingamentos? Mandem suas opiniões!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

E o jacarezinho, no meio da floresta...

Videos mais que bonetenhos


Um ótimo vídeo pra alegrar a tarde. Veja, emocionando-se, Gali The Alligator, uma divertida encenação com bonecos de pano.




Agora, fala sério. Você realmente achava que ia ser um video bonitinho, só com animais fofinhos e o jacaré dando beijos em todos?

Não precisa ser tão sentimental, né?




Fonte: Charges

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

A bebida nossa de cada dia

Eu bebo sim, tô vivendo...


Quem nunca exagerou? Que atire a primeira pedra... ou que encaminhe o primeiro hoax por e-mail...

Bom, o video abaixo eh sensacional. E, como estamos numa época próxima do fim do ano, muitos de nós, inclusive quem vós fala, deve ter passado por algo parecido nesta virada de ano.

Mas, para a nossa sorte, sempre há alguém pior. Como o infeliz do video abaixo, preso bebado e que dá um show impagável na delegacia. Graças a ele, ainda não posso ser considerado um bebum. Felizmente.






Ou, pra quem ainda acha pouco, "se fosse pra ficar bom, tomava remédio".

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Qual é a música??? - Another Day (Dream Theater)

"So die another day..."


A música deste post é, na minha opinião, uma das mais belas da banda "Dream Theater", Another Day.

A banda segue a tendência denominada "metal progressivo", conhecida pelas longas interpretações, solos virtuosos, canções estilosas e "brilhosas". A presente música deixa isso assente, como podemos perceber na virtuosidade da guitarra de Petrucci, nos falsetes do canto de LaBrie, na bela progressão do baixo de Myung ou no impossível pedal duplo do baterista Portnoy.

E, como já sabem, ouçam a música, leiam as letras e entenda-as.

Enjoy!








Live another day
Viva outro dia

Climb a little higher
Suba um pouco mais alto

Find another reason to stay
Ache outra razão para ficar

Ashes in your hands
Cinzas nas suas mãos

Mercy in your eyes
Misericórdia nos seus olhos

If you're searching for a silent sky...
Se você está procurando por um silencioso céu...


Início do refrão

You won't find it here
Você não o encontrará
aqui.


Look another way
Olhe de outra maneira

You won't find it here
Você não o encontrará aqui

So die another day
Então morra outro
dia


Fim do refrão


The coldness of his words
A friesa dessas palavras

The message in his silence,
A mensagem em seu silêncio

"Face the candle to the wind..."
"Coloque a vela contra o vento..."

This distance in my voice
A distância na minha voz

Isn't leaving you a choice
Não está lhe dando uma escolha

So if you're looking for a time to run away...
Se você está procurando por um momento para fugir...


Refrão


They took pictures of your dreams
Eles tiram fotos de seus sonhos

Ran to hide behind the stairs
Correram pra se esconder atrás das escadas

And said maybe when it's right for you, they'll fall
E disseram que talvez, quando for certo pra você, eles cairão

But if they don't come down
Mas se eles não vierem pra baixo

Resist the need to pull them in
Resista à vontade de puxá-los

And throw them away
E jogá-los por aí

Better to save the mystery
Melhor salvar o mistério

Than surrender to the secret
Que desistir do segredo

Refrão