terça-feira, 8 de julho de 2008

Opinião Pública - A história sem fim...

E, novamente, as coisas cíclicas retornam. Como efeito bumerangue, mas com mais força.

Eis uma das manchetes presentes em vários periódicos neste início de semana:

Morre menino metralhado em ação policial no Rio

Delegado diz que policiais que mataram menino de 3 anos no Rio agiram com intenção de matar.


Em síntese, isso foi o que aconteceu:

"Alessandra voltava de uma festa de aniversário com os dois filhos em seu carro, um Palio Weekend cinza cumbo, que foi confundido e alvejado pelos policiais militares como o carro usado pelos suspeitos perseguidos." (Fonte: Globo.com)


No meio do tiroteio, um garoto de 3 (três) anos é alvejado, na cabeça, por um dos tiros do policial. E a mãe, sem qualquer condição de ir contra a atuação desmotiva, desproporcional e criminosa desses pseudo-agentes públicos, apenas se lançou contra os tiros, para tentar evitar que seus filhos fossem machucados.

A violência desmedida para alguns é desmedida para todos. Ao aceitarmos uma polícia violenta contra pobres e criminosos, damos autorização ao Estado para que a violência se volte contra nós mesmos, sejamos ou não bandidos. Sejamos, ou não, etiquetados e desviados.
A PM que mata, mata mesmo. Sem dó, nem piedade. E a morte, seja pra um traficante internacional, seja pra uma criança, não pode nunca ser defendida. Não dessa forma arbitrária e emotiva. O Estado não é um pai durão. E, ainda que o fosse, um pai nunca mataria seus filhos.

E, pra não dizer que não falei das flores (pra ser mais específico, de seus espinhos), leia o post a seguir, datado de 18 de junho! Ou seja, menos de 15 dias atrás.

http://albertoroberto.blogspot.com/2008/06/opinio-pblica-questo-do-rio-de-janeiro.html


Como eu já tinha dito, relembrando ensinamentos da Criminologia crítica, uma coisa é invadir o morro. A sociedade rica (ou que pretende ser), engajada em seus afazeres e estranha dos outros diferentes, não se compadece. No máximo, vai fazer cara feia e falar que a situação é essa com delinquentes.


Agora, quando a polícia atua, na "cidade", como se fosse no "morro", a coisa fica feia. E dá-lhe "jornalismos" investigativos. E, lógico, leis penais mais severas.

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